quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Desencontros


Há anos não o via. Às vezes alguém dizia que ele havia estado na cidade e seu coração insistia em disparar. Já se acostumara com sua ausência, mas seus sentimentos a traiam mais uma vez. Não o havia esquecido. Ao saber por amigos que estava por perto, pensou então em procurá-lo.  Que mal faria relembrar uma velha amizade? Claro que não foi isso o que aconteceu. Estava enganada, como ainda estaria outras vezes. Chegando à casa de um amigo, onde sabia que o encontraria, cumprimentou aos presentes, mas era inevitável olhá-lo bem mais que aos outros.
Sua pele pálida fazia contraste com os olhos negros, fazendo-a recordar seus medos infantis dos livros vampirescos, e sua atração adolescente por se tornar um desses demônios. Medo que não lhe afastava como seria o normal, atiçando-lhe uma curiosidade incontrolável. Presunçoso, como sempre o fora, ele lhe dirigiu a palavra, perguntando-lhe se ela estava lá para vê-lo. Essa pergunta  trouxe-a de volta à realidade, fazendo-a relembrar de toda a dor que sentira quando ele partira inesperadamente de sua vida. Não permitiria isso novamente.
Respondeu então o que não sentia. Que não estava ali com aquela intenção e, sim, para rever amigos em uma confraternização. Festinhas de final de ano, sempre tão deprimentes, não a atraiam em nada... Sua vontade era a de sair dali rapidamente, mas não o fez.  Quais mistérios aquela alma atormentada guardava? Ele lhe provocava sentimentos opostos; angústias, medo e um amor descomunal, que a preenchia totalmente.
            Olhar para ele era como reunir tudo o que de possível se poderia sentir por alguém.  E ela que já pensava estar imune a isso... Tudo permanecia lá, intacto, só esperando pelo momento de ressurgir como uma fênix. Ele largou todos e foi conversar com ela que, a essa altura, não tinha nenhum controle. Estava a menos de um metro dele, alguns centímetros... Ele trazia no pescoço uma cruz de ansata, bastante familiar, a mesma que costumavam usar quando namoraram, ou talvez nem fosse a mesma, mas ela brincava com aquele cordão, evitando assim seus olhos, distraidamente, até o momento em que não resistiu e o puxou levemente para perto de si e se beijaram, sem que ele se opusesse. Beijou-lhe como se fosse o único beijo dado em sua vida.

              Não precisava disso novamente... Da insegurança e daquela instabilidade que ele lhe causava. Fugiu mais uma vez. Foi embora sem olhar para trás. Não havia chegado o momento para se reencontrarem e dividir suas vidas. Manteria a guerra contra si mesma por mais um tempo. Sabia que aquele homem era sua glória e sua ruína.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Buja


E de repente voce se fez
Mais importante que tudo
Trouxe um brilho especial
Enfeitou o nosso mundo
Todos te amaram
Algo que cativava
Aos poucos foi se encaixando
As coisas se melhorando
Sua importância crescia
E o afeto também
Menina com olhar de futuro
Olhos de amanhecer
Sem duvida há explicação pra tudo
Exista, seja feliz
Desperte amores
Percorra trilhas e desertos
Seja multidões e seja única
Seja você
Minha buja

Filha



Quando te vi
Tive medo
Ainda o tenho
Não existe nada
Que importe tanto
Quero te ver feliz
Voando pelos ares
Conhecendo a liberdade
Quero todo dia bordar
Palavras
Que não se apaguem
Fiquem no coração
Amar
Cuidar
Proteger
Não quero que tenhas o que temer
Todos seus medos serão meus

Dreams




Os sonhos são nossos desejos?
nossa realidade em outros planos?
Os meus sonhos são reais
E ninguém me arranca deles
Quando os vivo, bons ou ruins
Eles são meus
Eles existem
Meus sonhos são uma realidade tão real
Que eu quase existo nela
Muito mais do que nessa
Meus sonhos

Talvez


Talvez o esquecimento não exista
Não de forma premeditada
Talvez não existam outras vidas
Todas as existências sejam aqui
E quando a gente esquece
Foi uma vida que passou
Talvez a gente se perca
No que poderia ser
E nunca se encontre
Mesmo quando for
Talvez simplesmente
talvez
Possamos existir
Entre o tempo e o espaço
Não podemos ter certeza
De nada
muito menos
do tudo
talvez

Daqui




Por que não posso simplesmente te abraçar
Amanhecer com você
Quando sua presença é quase onipresente
Dia após dia
Por que não pode ser simples
Existir o que existe
Tem que ser premeditado
Com hora marcada
Mas o relógio sempre atrasa
E a hora nunca chega
Por que não pode ser
Quase psicodelismo
Meio surrealista
Vamos pintar em salvador
Talvez dali
Possa sair algo proveitoso
Por que tantas coisas
Vamos ser
Simplesmente
amor

quinta-feira, 1 de março de 2012

Mr. Tambourine Man (Bob Dylan)

 

Mr. Tambourine Man

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jungle morning I'll come followin' you.

Though I know that evenin's empire has returned into sand,
Vanished from my hand,
Left me blindly here to stand but still not sleeping.
My weariness amazes me, I'm branded on my feet,
I have no one to meet
And the ancient empty street's too dead for dreaming.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jungle morning I'll come followin' you.

Take me on a trip upon your magic swirlin' ship,
My senses have been stripped, my hands can't feel to grip,
My toes too numb to step, wait only for my boot heels
To be wanderin'.
I'm ready to go anywhere, I'm ready for to fade
Into my own parade, cast your dancing spell my way,
I promise to go under it.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jungle morning I'll come followin' you.

Though you might hear laughin', spinnin', swingin' madly acrossthe sun,
It's not aimed at anyone, it's just escapin' on the run
And but for the sky there are no fences facin'.
And if you hear vague traces of skippin' reels of rhyme
To your tambourine in time, it's just a ragged clown behind,
I wouldn't pay it any mind, it's just a shadow you're
Seein' that he's chasing.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jungle morning I'll come followin' you.

Then take me disappearin' through the smoke rings of my mind,
Down the foggy ruins of time, far past the frozen leaves,
The haunted, frightened trees, out to the windy beach,
Far from the twisted reach of crazy sorrow.
Yes, to dance beneath the diamond sky with one hand wavingfree,
Silhouetted by the sea, circled by the circus sands,
With all memory and fate driven deep beneath the waves,
Let me forget about today until tomorrow.

Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
I'm not sleepy and there is no place I'm going to.
Hey! Mr. Tambourine Man, play a song for me,
In the jingle jungle morning I'll come followin' you.